Sanctus
Do encontro de poetinha com a lua do seu céu.
Lua brilhava. Fazia do céu de novembro, escancaradamente quente, que era só dele apenas, um manto de retalhos costurado com uma linha tênue de esperança e ansiedade.
Ainda acho que essa ansiedade não deveria ter a pretensão de existir... Então, mesmo assim, poetinha tomou a infinita decisão de ser todos, e elegeu para si mesmo aquele céu como bandeira de seu estado de espírito.
Quem estava no jardim das Açucenas disse que a própria beijou suas mãos e olhou pra ele.
Naquela hora poetinha estava cheio de erva-de-passarinho na sua garganta. Porque ele não pode falar, ficou vermelho, encabulado. Talvez pudesse assoviar, mas não tentou. Até seu olhar era gorjeio!
A vontade era apenas dizer a mesma coisa para a lua que beijou sua mão: “eu também te amo”.
Não precisou.
Seus olhos já o fizeram. Por que agora então ele viveu no mundo da lua.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Liturgias II
Primeiro Sermão
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas.
E não lhes direi aqui para buscar num Além duvidoso. Não, não é justo, é desumano.
Ainda assim, hoje poetinha possui a origem de todos os poemas
Porque não há tamanha tirania do que um divino que escapa até mesmo os sonhos mais doces e profundos. E de que valeria o céu inteiro se os sonhos forem sepultados?
A troco de quais misérias triviais os sonhos foram sepultados? E que se ergam seus muros infindáveis e infames, a dividir o mundo. Não adianta mesmo, não dividirão seus sonhos: poetinha possui, hoje a origem de todos os poemas.
Que possuam tudo, milhares de sóis não lhes servirão a destroçar os sonhos.
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas, porque o pão que é corpo é feito de farinha de estrelas, aquelas mesmas que semeiam estradas inteiras, e caminhos, e sonhos e delas brotam os sumos do céu a toda manhã... origem de todos os poemas.
Porque os muros e sóis não contém o outro lado. Do lado de lá, onde o sonho habita sorrindo, como uma criança segurando uma margarida, ou um balão que é um gesto de carinho.
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas, exatamente porque tem a Lua como par.
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas.
E não lhes direi aqui para buscar num Além duvidoso. Não, não é justo, é desumano.
Ainda assim, hoje poetinha possui a origem de todos os poemas
Porque não há tamanha tirania do que um divino que escapa até mesmo os sonhos mais doces e profundos. E de que valeria o céu inteiro se os sonhos forem sepultados?
A troco de quais misérias triviais os sonhos foram sepultados? E que se ergam seus muros infindáveis e infames, a dividir o mundo. Não adianta mesmo, não dividirão seus sonhos: poetinha possui, hoje a origem de todos os poemas.
Que possuam tudo, milhares de sóis não lhes servirão a destroçar os sonhos.
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas, porque o pão que é corpo é feito de farinha de estrelas, aquelas mesmas que semeiam estradas inteiras, e caminhos, e sonhos e delas brotam os sumos do céu a toda manhã... origem de todos os poemas.
Porque os muros e sóis não contém o outro lado. Do lado de lá, onde o sonho habita sorrindo, como uma criança segurando uma margarida, ou um balão que é um gesto de carinho.
Hoje poetinha possui a origem de todos os poemas, exatamente porque tem a Lua como par.
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