terça-feira, 16 de março de 2010

Teogonia XXIII

Da anatomia de um espelho


Reflete, repete
e repete e reflete.

E faz verso
no inverso
do reverso
do mundo
que suplica.

Duplica, duplica!

A tudo que olha
reverbera. Nasce
outra vez mais
um mundo que gera
do teu olhar sagaz!

Copia, recria
e encarcera
a anatomia
do espaço
que nem liga
de se curvar
ante teu jugo
de fera.

Haveria fuga, limite?

Não! Ninguém
escapará de ti
um dia.

Nem mesmo a agonia
dessa pequena elegia.

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