segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quando uma professora te deseja uma montanha

Nossas noites hoje já não são um punhado de estrelas na trama escura do céu. E não se engane: se a lua for sua mãe, ela não será feita de ternura como Maria. 

O mundo nunca foi nem será um lugar tranquilo, não se engane: sempre há o peso de juízos, de perigos e princípios.

Entretanto bastou olhar para uma montanha para entender dos abismos tangenciando meus infinitos: erguendo outros milagres, outro céu, aprendendo a andar num “labirinto móvel”, por entre aquilo que cega, e que equivocadamente depositamos sonhos e esperanças.

Esse olhar não precisa ser de ouro ou de prata; que seja de vida. Que olhe para um futuro e não para um velho mundo de alicerces caducos e já abalados. Um olhar deve ser uma conjuração contra maus caminhos e fantasmas.

Os olhos como “artesãos lúcidos” e sinceros das nossas próprias revelações.

Essa é a lucidez do milagre de olhar para as montanhas – e eu só precisei de uma! – você não sente vertigem, sente sagrado.


No mistério e na ousadia da montanha é onde meu mundo faz sentido.