Nossas noites hoje já não são um punhado de estrelas na
trama escura do céu. E não se engane: se a lua for sua mãe, ela não será feita de ternura
como Maria.
O mundo nunca foi nem será um lugar tranquilo, não se engane:
sempre há o peso de juízos, de perigos e princípios.
Entretanto bastou olhar para uma montanha para entender dos
abismos tangenciando meus infinitos: erguendo outros milagres, outro céu,
aprendendo a andar num “labirinto móvel”, por entre aquilo que cega, e que
equivocadamente depositamos sonhos e esperanças.
Esse olhar não precisa ser de ouro ou de prata; que seja de
vida. Que olhe para um futuro e não para um velho mundo de alicerces caducos e
já abalados. Um olhar deve ser uma conjuração contra maus caminhos e fantasmas.
Os olhos como “artesãos lúcidos” e sinceros das nossas próprias revelações.
Os olhos como “artesãos lúcidos” e sinceros das nossas próprias revelações.
Essa é a lucidez do milagre de olhar para as montanhas – e eu
só precisei de uma! – você não sente vertigem, sente sagrado.
No mistério e na ousadia da montanha é onde meu mundo faz
sentido.