quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Porta-Retrato

Tudo começou quando num dia de outono isso saiu num café, num intervalo de aula...

Criei, do caos quotidiano
meu próprio oceano.
Diante da simetria pedante
desse fosco prédio
consegui a façanha
de aniquilar o tédio
com um simples
pensamento não-linear,
nas curvas sinuosas
do teu sorriso.
Mas nas correntezas do oceano
Risivelmente efêmero, esvaiu-se
na mesma não-linear curva
da fumaça de um cigarro,
que nos deixa a visão turva
e afoga o sorriso num escarro!
Levando a obra do pensamento
embora, com o vento,
na imensidão do firmamento.
Senti-me pedido, abatido,
devido à tristeza do momento.
Mas num ato de bravura,
uma atitude nobre e sensata
que eternizei teu sorriso
num filme de nitrato de prata!
E, naquela linear gravura
de papel colorido e brilhante,
trancafiei e eternizei o momento
e o tempo, deixando-o encarcerado
nas fortalezas, não-curvas e lineares
de um simétrico porta-retrato!

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