Deixar as janelas escancaradas, na esperança de renovar o ar impregnado, de nada adiantou. O que entrou pelo quarto era um sopro pervertidamente quente, que parecia impedir que qualquer som alheio ao meu pensamento pudesse se propagar.
Agonia na madrugada. De nada serviu infestar-me de música. Nada rompia o silêncio que se abateu sobre mim. Não vinha de fora, vinha de dentro. O ar quente da noite fazia com que ele exalasse aquele cheiro pela casa. Consumia-me no meu próprio silêncio.
Transgredi o silêncio dizendo seus nomes tantas e tantas vezes que o vento foi esfriando, foi ficando mais azul marinho. Dele me vesti. Pude acender círios em suas caudas quando corrompi aquela agonia sem fim.
Teu nome, Açucena, corrompe a agonia que se assoma em mim.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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