quarta-feira, 24 de junho de 2009

O silêncio do chamamés

Certa vez poetinha ouviu um violeiro contando num chamamés que era seguindo o rastro da lua o melhor jeito de se chegar, não importava onde. É Lua que faz, desfaz, leva, traz. A mesma Lua que de tão cheia e nua, poetinha se vestiu.

Mas numa certa noite fria e escura, de um azul quase preto, Açucena fez calar todo encanto do chamamés, nesses momentos que ficam na saudade que nem o cheiro de caju ou cheiro de chuva ficam grudados na memória.

Calou o chamamés, e fez poetinha compreender o horizonte que mora dentro do olhar, porque dentro daqueles olhos de menina, Açucena fez a Lua querer deitar seu rastro e sua sombra, tanto que ninguém entendeu porque o mar, naquele dia, não refletia mais a Lua.

Tudo porque nesse dia, o rastro da Lua foi querer morar no único que era mais bonito que todo o céu. E foi por ele que poetinha chegou ao jeito de olhar que Açucena tem.

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