domingo, 5 de abril de 2009

A volta do tormento do infinito

O esquecimento nunca mostrou seu rosto de forma tão pungente. Bastava olhar para os lados, para o alto, que não havia nada ao redor que não fosse cinza.

Não era um corredor. Era uma úlcera!

Monumento à aspereza. Pior nem era estar lá, era ver pobres jovens almas entrando ali, com seus sonhos pueris, seus anseios, desejos de mudança... vagando por aquele corredor. Acham que mudarão o mundo!

Mal sabem do sol a nós reservado, que ainda queimará sobre suas cabeças, cortante, como punhal. Todavia eles não se importam. Sorriem. Estão felizes. Como se não se importassem, ou não soubessem.

Ah, benditos sejam os inocentes e sua temeridade.

Delicioso e perigoso rumo que a inocência nos dá na vida, não? E foram tantos e tortuosos os caminhos, tantas voltas... e acabou ali, no corredor-barricada da realidade!

E quem poderia esperar que novamente lá esperando, eu o veria. Chegando exausto, faminto. Mas os olhos continuam tão vivos. O corredor pra ele naõ é barricada, nem "deixai toda esperança vós que entrais".

Não! Um dia o céu chega, ele sabe. Ou na forma de sorriso, na forma de gesto, de dança. Não importa. Para ele, corredor é espera. Espera pela doçura do dia do não-ter virar abraço. De dizer todos os nomes que ele pode dar para o ter. Sim, ter é tardar e candor.

Ele só não sabia que de tantos nomes que ele pode forjar, aquele serviria para céu.

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