Sanctus
Do encontro de poetinha com a lua do seu céu.
Lua brilhava. Fazia do céu de novembro, escancaradamente quente, que era só dele apenas, um manto de retalhos costurado com uma linha tênue de esperança e ansiedade.
Ainda acho que essa ansiedade não deveria ter a pretensão de existir... Então, mesmo assim, poetinha tomou a infinita decisão de ser todos, e elegeu para si mesmo aquele céu como bandeira de seu estado de espírito.
Quem estava no jardim das Açucenas disse que a própria beijou suas mãos e olhou pra ele.
Naquela hora poetinha estava cheio de erva-de-passarinho na sua garganta. Porque ele não pode falar, ficou vermelho, encabulado. Talvez pudesse assoviar, mas não tentou. Até seu olhar era gorjeio!
A vontade era apenas dizer a mesma coisa para a lua que beijou sua mão: “eu também te amo”.
Não precisou.
Seus olhos já o fizeram. Por que agora então ele viveu no mundo da lua.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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