quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Lendas pärtianas III

Sanctus

Do encontro de poetinha com a lua do seu céu.

Lua brilhava. Fazia do céu de novembro, escancaradamente quente, que era só dele apenas, um manto de retalhos costurado com uma linha tênue de esperança e ansiedade.

Ainda acho que essa ansiedade não deveria ter a pretensão de existir... Então, mesmo assim, poetinha tomou a infinita decisão de ser todos, e elegeu para si mesmo aquele céu como bandeira de seu estado de espírito.

Quem estava no jardim das Açucenas disse que a própria beijou suas mãos e olhou pra ele.

Naquela hora poetinha estava cheio de erva-de-passarinho na sua garganta. Porque ele não pode falar, ficou vermelho, encabulado. Talvez pudesse assoviar, mas não tentou. Até seu olhar era gorjeio!

A vontade era apenas dizer a mesma coisa para a lua que beijou sua mão: “eu também te amo”.

Não precisou.

Seus olhos já o fizeram. Por que agora então ele viveu no mundo da lua.

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